
A própria Igreja prega o início da expansão cristã como sendo de crucial importância, como crédito máximo de fé dos apóstolos à sua crença, ainda não divulgada - o pentescostes sempre foi considerado um marco para o movimento cristão. Contudo, o que sabemos de histórico, de factível e real sobre esse desenvolvimento inicial do cristianismo ?
Até o cristianismo tomar sua posição como religião oficial do Império, caímos em brumas. Originalmente, só dispúnhamos dos dados fornecidos pela própria Igreja sobre a expansão inicial da Igreja com os apóstolos e, mais precisamente, sob Paulo.
Inegavelmente, muito da Igreja foi definido e construído sob a tutela de Paulo. Contudo, o fato histórico em sí é bem diferente do retratado pelos escritos sinóticos, como veremos a seguir.
Uma abordagem documental e lógica sobre a figura de Paulo, assim como das primeiras expansões cristãs, é uma linha de pesquisa histórica relativamente recente, trazida à tona pelas pesquisas em torno do "Jesus Histórico". Muito ainda há a ser feito e pesquisado e, creio que seria mesmo imprudência tomarmos o assunto como plenamente definido e completo. Como veremos, algumas lacunas históricas necessitam (e chegam mesmo a clamar) por atenção. Documentos importantes ainda não sofreram o devido estudo metódico necessário para podermos considerá-los documentos históricos de fato, como a maioria dos evangelhos apócrifos - que têem seu número crescendo em quantidade alarmante e mesmo espantosa.
Nossa proposta de estudo é exatamente nos debruçarmos sobre esse período, onde a Igreja passou de religião a Poder, onde os mitos católicos ainda estavam sendo definidos, esse ponto crítico quando a Igreja passou de perseguida a perseguidora. O ponto exato onde uma religião menor, em frente a outras várias na cidade mais cosmopolita do Império, Roma, pode não só sobreviver e se firmar, mas ainda eliminar as suas demais concorrentes, se lançando ao estrelato de religião oficial do Império.
Como isso aconteceu ? Por que ? E, talvez, o principal, por quem ? Quem pode Ter usado o catolicismo incipiente como um movimento tão coeso e estruturado ? Quem deu forma a Igreja ? De certo, a figura de Jesus - mítica ou não - se apresenta nesse contexto, com menor importância, como motivador e não responsável pelo cristianismo.
Trecho do artigo "A Igreja Primitiva" de Marcelo Carreiro. - O autor deste blog não concorda nem compactua com o racionalismo propagado pelo autor do artigo acima em outras de suas publicações. Porém no tocante a historicidade do cristianismo, independente de "pontos de vistas", a contribuição é relevante.
NOTA: Imagem acima vista panorâmica de Jerusalém
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