31.8.07

A IGREJA PRIMITIVA (ATÉ 476 D.C)


O período que os historiadores compreende como "Igreja Primitiva" estende-se desde a chamada dos doze apóstolos, passando pela crucificação de Jesus e posteriormente pela dispersão da Igreja, logo em seguida iremos ver o período dos chamados "pais da Igreja" - um momento importante dessa fase. - Após temos os apologetas no segundo século; o desenvolvimento do cânon do Novo Testamento; passamos pela fase das heresias, das perseguições romanas; as principais reuniões históricas. as controvérsias, enfim, quase 500 anos de grande agitação eclesiástica.


O AMBIENTE DO PRIMEIRO SÉCULO

Os Romanos eram os EUA da época, seu poderio militar era o maior e sua política externa era extremamente eficaz por longos anos. Um povo cheio de idolatria, místico, supersticioso, adoradores dos imperadores e outras tolices. O Império Romano que se estendia geograficamente por quase todo mundo antigo possuia em sua estrutura social praticamente todas as raças. Os judeus e os gregos eram grandes influenciadores da cultura sincrética da época. Apesar da escravidão institucionalizada o Império era um tanto flexível e liberal com outras formas de pensar - claro, com seus altos e baixos momentos de tolerância.

E neste ambiente surge a atuação gentílica da Igreja, como em nenhum outro momento da Igreja. A língua universal era o grego (assim como é o inglês hoje), portanto essa disposição romana de agrupar povos diferentes numa só organização política e tendo uma linguagem de grande alcance, a Igreja encontrou o terreno propício para expandir. A circulação e a propagação de idéias tornaram-se livres, principalmente ao redor do Mediterrâneo. As estradas pavimentadas da Ásia, Africa e Europa eram policiadas pelo exercíto romano, e não havia conflitos desestabilizadores nessas regiões.

Os cristãos transitavam livremente divulgando o Evangelho. As estradas principais de concreto interligavam todas as cidades de importância estratégica do Império, isso facilitava e muito as missões dos evangelistas. Paulo, por exemplo, visitou e plantou igrejas em quase todo perímetro do Império Romano. Ao mesmo tempo em que o Evangelho era divulgado a todos os povos do mundo antigo, muitos soldados romanos entravam em contato com o cristianismo e eram convertidos. Quando remanejados para distantes regiões levavam consigo a crença em Cristo. Possivelmente a Bretanha foi evangelizada desse modo.

Sem dúvida o ambiente político foi favorável para a propagação do cristianismo no primeiro século. A Roma Imperial deixou uma marca tão profunda que sua influência foi transmitida até hoje ao sistema papal romano.

Os gregos também tiveram um papel importante na expansão do cristianismo primitivo, é o que veremos na próxima postagem.
Nota: Imagem acima (um bom pastor carregando uma ovelha nas costas) registra arte primitiva encontrada na catacumba de Priscila.

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